quinta-feira, 12 de setembro de 2013

SDS lança cartilha de Concurso de Manifestação Publica no estacionamento do Shopping Rio Mar! 

1- Todos serão revistados antes de entrar no Protestódromo. Lá pode usar máscara que quiser.
2 - Vai ter DJ da SDS lá pra animar a Patrulha!!
3 - Máquina fotográfica só será permitida mediante comprovação de Serviço Militar concluído ou ser da PM.
4 - Prêmios de Melhor Protesto Pacífico, de Alegoria Mascarada e Prêmio de Melhor interpretação pra Spray de Pimenta no Olho (em grupo e individual).
5 - Prêmio de resistência a tiros bala de borracha à queima roupa. Limite mínimo de balas por participante:10.
6 - Menção Honrosa pra Arremessamento de Pedra em Vidraça Pública e Privada Decorada, devidamente produzida pela organização do evento.

"Hors Concours": Cara Pintada de Verde e Amarelo.
Os 
manifestantes devem deixar o local limpo (sem pichações, sem cacos de garrafa pra coquetel molotov, sem pneus queimados ...)  antes da entrada do próximo grupo ou agremiação. 

Qualquer descumprimento de regras subjetivas, o/a manifestante ou agremiação será encaminhado pra delegacia de plantão em Petrolina, onde os procedimentos legais serão tomados!

domingo, 1 de setembro de 2013

segunda-feira, 8 de julho de 2013

Pós Graduação em Técnicas de Áudio e Produção Musical
Tecnologias Analógicas na Música
                                                                                                                               Prof. Adriano Leão





RESUMO

Neste artigo, proponho além de decorrer um pouco sobre a vivência de gravação e reprodução analógica na AESO, falar de minha experiência pessoal durante a transformação tecnológica ocorrida na música em meados dos anos 80, quando as plataformas de gravação e reprodução digital tomaram de assalto o mercado mundial, exigindo uma troca gradual de formatos, culminando com a quase extinção comercial do formato do vinil em detrimento da nova mídia: o CD.





INTRODUÇÃO

Era aproximadamente o ano de 1980. Estava eu sentado no carpete da sala de som da casa de minha tia, na Rua da Alegria, atrás do Pátio de Santa Cruz onde eu costumava passar os finais de semana com meus avós e me reunia com ela pra ouvir e limpar os mais de mil discos cuidadosamente guardados em ordem alfabética. Com nosso kit de limpeza, que incluía almofadinhas e uma solução removedora de poeira e eletroestática, as horas se passavam num novo toca discos Technics ao som de discos que marcaram minha infância. Estavam lá, bem limpinhos os clássicos Saltimbancos de Chico, Coração Bobo de Alceu, Há 10 mil anos atrás de Raul Seixas, Brasil Mestiço de Clara Nunes entre muitos de Luiz Gonzaga.
Chegando já na adolescência, havia as revistas que nos indicavam que discos à turma o que deveria se comprar e curtir pra estar antenado. Esperávamos meses pra que os discos chegassem às lojas. E lá se iam os rachas pra conseguir grana pra comprar na Aky Discos o Creatures of the Night do Kiss, Thriller de Michael Jackson, The Head on the Door do Cure e as adoráveis fitas cassete virgem em que gravávamos as músicas da Rádio Cidade ou Transamérica e fazíamos cópias e seleções dos discos pra festinhas do fim de semana ou pra impressionar as gatinhas. Confeccionávamos as capas das fitas k7 com recortes e colagens, desenhos e escrevíamos a ordem das musicas na parte interna. Naquele tempo, havia contato. Até que... foi no programa Fantástico. Lembro como se fosse hoje, o repórter Caco Barcelos anuncia a mais nova e revolucionária ferramenta pra armazenar e ouvir música: o CD. Inquebrável, não arranha, dura pra sempre... a revolução digital entraria com tudo no mundo da música, mudando radicalmente a produção, a indústria de entretenimento e a memória.







DESENVOLVIMENTO

            Durante as atividades do módulo de gravações analógicas, tivemos a oportunidade de conhecer de perto a tecnologias de gravação em fita e testar suas qualidades e especificidades. O som encorpado, o ruído do material gravado são pontos positivos que muitos especialistas apontam  para a técnica analógica e que por isso, superam e muito o digital.  Já o digital teria mais facilidades de manipulação do som, de edição mais rápida além de ter pluggins que simulariam o “calor” das gravações analógicas, como o  Studer A800 Multichannel Tape Recorder, versão virtual do gravador multicanal de fita de 2” Studer A800, além de  simuladores de amplificação ou instrumentos virtuais.

            “Resumindo, gravar em fita analógica tornou-se um processo especializado de alto custo, futurístico-retrô, para obter certo som. Dito isto, o processo de gravação analógica ainda é bem considerado e até mesmo procurado por vários estúdios como ferramenta sonora especial... e por outros uma revolta contra o ataque violento do império do mal digital.” (HUBER, RUNSTEIN, 2011, p.181).

            Divergências e certezas a parte, usamos o Akai GX D para uma sessão de audição analógica de “Are you experienced” de Hendrix e a trilha sonora do filme “West Side Story” além da audição em de um material gravado com o Devotos numa jam com um vocal feminino africano que originalmente foi gravado e mixado em digital e masterizado pra analógico. Confesso que foi um momento bastante especial. Não me lembro de ter visto um equipamento daqueles funcionando e reproduzindo, mas turma estava ansiosa para aproxima atividade: a gravação. Munidos do mesmo gravador, microfonamos voz e violão nos estúdios da AESO pra gravarmos uma samba. A prática foi bem interessante, pois conseguimos aos poucos perceber o corpo de frequência que a música ganha quando gravada e reproduzida em sistema analógico.


            Num segundo momento, tivemos a oportunidade de gravar no Tascam 338 Studio 8, um gravador de rolo com 8 canais independentes que já vem anexado uma mesa de controles mais complexa e portanto com mais possibilidades de experimentações. Tivemos então a oportunidade de registrar bateria, baixo, guitarra e vozes e pudemos escutar alguns ensaios de mixagem e pré master. Deu pra sentir a dificuldade/necessidade de entrosamento da banda pra que o material saia perfeito e também a timbragem tem que ser mais esmerada pra se atingir um bom resultado final. No último momento, fizemos um reverb de sala, onde reproduzimos o som em altofalantes no estudio e colocamos o microfone no corredor, experiência até então pensada mas nunca concretizada em meu trabalhos artísticos.
            Destas atividades, fica-se a impressão de que se multiplicam as possibilidades quando se dispõe das duas ferramentas simultaneamente na produção atual. Até porque na grande escala comercial é inevitável que o fim do produto tenha um formato digital, físico em CD / DVD ou em arquivos virtuais.
            Assim como vários artistas do século passado tiveram que criar métodos e soluções pra viabilizar complexas gravações em estúdios de 4 canais, hoje contraditoriamente, a facilidade das plataformas digitais vem trazendo à tona vários produtos finalizados com baixíssima qualidade, tanto de gravação como de qualidade artística. A subutilização de recursos criativos na obra torna maçante a repetição de timbres na música popular, sobretudo com o advento dos novos bregas, forronejos e a invasão gospel.
Em seu artigo “A degeneração progressiva do som – A relação entre o analógico e o digital”, Robson de Andrade Gonçalves afirma:
Trazendo para a nossa realidade, as compactações de arquivos no formato MP3 e as reproduções em pequenos e infiéis headphones coloca em cheque a produção musical atual, seja ela analógica(onde as perdas são mais acentuadas), seja em digital. Por outro lado, esta era digital trouxe a possibilidade de uma democratização da produção e consequentemente também de reprodução pelos meios também virtuais, como se tudo já estivesse sendo produzido para o meio em que será também reproduzido.
            Para o senso leigo e comum, faria realmente alguma diferença de uma reprodução em vinil ou de um MP3 de seu artista preferido tocados no mesmo aparelho de som? A comodidade de estar carregando em seu pen drive 8 Gigas de música é mais compensatório que ele sair andando com 50 vinis e só poder ouvir em determinado lugar?








CONCLUSÃO

            “Melhor dizendo, não havia opção: em menos de dez anos, não era mais possível comprar um aparelho de som para uso doméstico que tocasse LPs. Enquanto isso, coleções de discos eram colocadas no lixo por milhares de famílias e as fábricas de vinil foram desaparecendo. Foi a ditadura do CD.” (PALHARINI, 2010)
         Pois foi por ai que também comigo aconteceu. Levando aos poucos os meus discos que curtia para o sebo e trocando por uma ínfima quantia de dinheiro. E o mais surreal de tudo isso, fui iludido pela mesma tia que comigo limpava os discos de vinil, de que aquele era o futuro e que conseguiria comprar todos eles em CD. Alguns dos vinis ainda mantive comigo por sorte do destino ou porque ainda tinha alguma intuição que silenciosamente me dizia pra que não desse fim a alguns exemplares. Mas se foram os discos, muitos deles hoje raros de se encontrar... tudo desceu pelo ralo do tempo. Mas levanto a cabeça e prossigo, ouvindo meu vasto arquivo de MP3 em meu celular, em headphone de camelô, gravando minhas obras em laptop com softwares livre e divulgando em baixa resolução pelas redes sociais... degenerando progressivamente a memória e ocupando mais espaço do pendrive.















BIBLIOGRAFIA







HUBBER, David Miles; RUNSTEIN, Robert E. Técnicas Modernas de Gravação de Áudio - 7ª Ed.- Rio de Janeiro: Elsevier, 2011

PALHARINI, Luciana. Do analógico ao digital: o longo caminho da experiência com a música. Com Ciência [Periódico de internet] 2010 Mar [acesso em 2013 Maio] ;[aproximadamente 4 p.]